MARTA LÓPEZ -LUACES
(La
Coruña, España, 1964)
ENGLISH
PORTUGUESE
ITALIAN
ROMANIAN
de
Memorias de un vacío
(New
York, Pen Press, 2002)
Diana
la soledad en
que crees.
Todo en ti deshabitada
de lejanía
y horizontes
titilantes.
Regresa a tus montañas
recobrada
de origen
y de abismo.
En tu contra
la cólera que se propaga
por el linaje del alma.
Llega
erguida a tu falta.
Ifigenia
De las traiciones
una
que la nostalgia
desangra.
El sacrificio
la salva.
Diana,
y con ella,
una pausa:
como gesto del anonimato
que se extingue
en el espejo cóncavo
que da de sí
un vacío que la confirma.
Ifigenia,
en el umbral invisible de sus movimientos
deja
que Diana
camine por su alma.
Las llamas de la ordalía
no arden
para los inocentes.
Progne y Filomela
Se nutren de las emanaciones
de la savia del alma.
Preñadas de fin y ausencia
no hay memoria que las contenga
ni espacio que las renueve
Residentes del jardín de las tinieblas:
Ruiseñor
tu golondrina espera.
Ceres y Proserpina
El primer día de primavera
subió del Erebo.
Puso sus pasos en el olvido de
los sueños
y volvió a luz.
Ya despojada de su género
regresa al verbo
de la madre
los
ojos de la espera
Ceres, deténla
para que renacida del silencio
la palabra habitada
cree el universo
policromo de su cuerpo.
Y antes de que el río de la
ausencia,
--camino pérfido al que
siempre llega--
la posea,
reténla
en
el umbral de tu mirada
y canta.
Siringa
¿Cómo regresar a la gramática
del viento?
Acento mágico
que articula los silbos
que rodean la brisa
de tu habla
Siringa
amparada
detrás de los siglos
tus susurros
en clave
hacen
que las manos
toquen
secretos
que
la naturaleza esconde.
del libro
Las lenguas del viajero
(Ed.
Huega y Fierro, Madrid, 2005)
El exilio y el
odio
Dios me habló y dijo:
‘No creas en nada
huye, corre,
corre
más allá de mi mirada
y mi
palabra.
No creas en nada
y que la ira sea
el reino
en el que tu alma florezca’.
II.
Endechada
la palabra amar
no tiene cabida en tus días.
Odia.
Amamántate
de cólera
y de sus pechos
bebe
emborráchate
sáciate
de rabia.
En tus entrañas
seca y vacía
anida la furia
que roe
la fe
y te regala:
la ira de tu
salvación.
Marta López-Luaces
nació en A Coruña (España)
y reside actualmente en Nueva York. Se desempeña como profesora de
literatura española y latinoamericana en la Universidad de Montclair.
Ha publicado el libro de poesía Distancias y destierros (1998)
y la plaquette Memorias de un vacío (2000). Próximamente
aparecerá bajo el sello Huerga y Fierro Las lenguas del viajero
(Madrid, 2005). Su poesía ha sido incluida en numerosas antologías de
España, Latinoamérica y Estados Unidos. Selecciones de su obra fueron
traducidas al inglés (Rebel Road: Poems in the Garden Series, New
York, 2004) y al italiano (Edizione
Le
Nuove Muse, San Marco in Lamis, 2002). Su ensayo Ese extraño
territorio apareció en el original español en Chile, en 1999, y en
versión al inglés, en los Estados Unidos, en 2003.
Colabora con distintas revistas literarias de España y
Latinoamérica, entre ellas: Lateral
(Barcelona), Tsé-Tsé (Buenos Aires) y Aérea (Sgo. de
Chile). Sus traducciones de poesía estadounidense e hispanoamericana
han aparecido en las revistas Manzana poética (Granada), El
desierto (Buenos Aires), Terra Incognita (New York) y Tamame
(California).
El Estado de Nueva York le otorgó el premio Speaker for New York
Council for the Humunities (2003-2005).
Es Directora Editorial de Galerna: Revista de literatura
internacional.
ENGLISH
Diana
Against your nature
the solitude you believe
in.
Within you is an uninhabited
plague
that sorrow translates as distance.
Return to your mountains
recovered
by origins
and by abysses.
Against your nature
the wrath that spreads
through the soul’s lineage.
Arrive
with pride at your failures.
Translated from the Spanish by Juan Manuel López Ramos
Languages
Far from my center I desire
contact with strange;
the language of a body that rejects
the foreigner of my tongue
and looks for me
in order to declare itself.
One day we will find one another
in the perfect accent of silence.
Translated
from the Spanish by Alexandra van de Kamp
Memories of a void
…because I do not exist
I install myself
in each
fissure of
remembrance
Further beyond the abyss
its form:
Calligraphy of
nothingness
and its optics
tendencies
I then glimpse
the margin nourishing
and expelling me
from
myself
I have memories
that
words erase…
Translated from the Spanish by Juan Manuel López Ramos
Nomad
I come from a people who are
condemned
to wander through strange lands.
Three days they walked
in the shadow of Babel
lost among the fog of its speech.
I inherit from their time
the stuttering of their attempts.
Of my race
I possess the trait of the
absence that gives me away.
You ask me therefore to declare
myself
beyond my blood
but,
before the storm,
before the floods,
before the gaze,
before my orphanhood,
before the fires,
before the shadows that preceded
those fires,
there was a before
that my memory asks a ransom for,
but,
my accent cannot
return to its song.
I have arrived too late
the rains
have passed,
the
rivers have returned to their source,
the
cities have raised themselves on the horizon,
and the
entrance is forbidden to me
Here, at its doors
I wait for
the
resurrection of my memory
into an I
that I was
And therefore you ask me
to renounce
my names
my blood
my heritage
and to disguise myself with your
voice
and declare myself beyond it all
in this language
foreign to my heart
my race continues in search of
the tongue
lost
before infancy.
translated
from the Spanish by Alexandra van de Kamp
Syrinx
How to return to the grammar of the wind?
Magic accent
that utters the whistling
which surrounds the breeze
of your speech
Syrinx
sheltered
by centuries
your encoded
whispers
make
hands
touch
secrets
that
nature hides
Translated from the Spanish by Alexandra van de Kamp
The Exiles of Olga Orozco
And other times scent/l of
countries
where I have never been comes alive /
is awoken in my memory
Olga Orozco
Olga,
the sense of smell betrays you:
the salt of the sea has also arrived to me
with an infected wind.
And do you know that all of us are exiles
from the countries of childhood?
In autumn,
yellow reigns.
The impurity of the sky
contaminates the rain
and its breeze.
Don’t be afraid,
rest.
As residents of wandering
we listen to you.
Beyond your stones,
don’t give in
either to your doubt
or your death.
I want to think
that with Alexandra at your side
you pass
through the infinite gardens
of memory.
Translated from the
Spanish by Alexandra van de Kamp
The secret of the gods
The secrets of the gods is stored
in
man’s very speech
H.D.
The key
is not in the mystery
but in the encounter
of the prophet
with his language (tongue).
You will see the words
and you will be satisfied
You will ask
and it will be provided.
Translated
from the Spanish by Alexandra van de Kamp
PORTUGUESE
UM
A DIÁSPORA
I
Despojados
da casa do pai
não se alimentam de néctar
senão de ratas.
A região dos proscritos
é cinza e está desenhada
de palavras
ausências
pertences indesejados.
Os exilados
vagam
pelo cárcere infinito
de suas almas.
Em seu seio
a heterogeneidade
não é ritmo de dissonância
senão melancolia
de
água.
No deserto,
que nomearam Arovot,
as criaturas os aceitam
e um horizonte de turbulências
os espera e cega.
Pó e areia
A região dos desterrados
está desenhada de amarelo
e é cinzenta.
II
Quarenta anos
andaram
pelos caminhos
de suas pegadas
Quarenta anos
de fome e sede
e ainda esperam
a resposta
Quarenta anos
habitaram
suas lembranças.
Quarenta anos
seus corpos
foram castigados
pela aridez do solo.
Quarenta anos
alheios às suas vidas
residiram
no oásis do tempo.
III
Os monstros do deserto
não dormem
Como a sede
que de tanto sofrer
não sentem.
Como a necessidade
que de tanto temer
já desconhecem.
Como o propósito
de seu exílio
que de tanto vivê-lo
já o perderam.
Os desterrados
criaram um mito
desde uma memória
sem história.
Tudo
é lenda de água.
Os monstros do deserto
os atormentam.
IV
A nostalgia
é um artifício
de uma memória
que atraiçoa.
Condenados ao esquecimento
os desterrados relatam
como silvos de vento
sua história.
Narram
com a gramática de antanho
e foram criando
um país feito
de desejos, anelos e medos.
Nas fissuras das suas
lembranças
encontra-se o deserto.
A mirada oblíqua do exílio
se extravia
pela geografia de um idioma
que nem os assinala
nem os marca.
V
No cruzamento da imagem
e a palavra
os desterrados
construíram suas residências.
Fora do imaginário
os limites do abismo
são fronteiras
para os proscritos.
ausências
ressonâncias
repetições
gastas.
É cinza e eles o pintaram de
amarelo.
E tudo
é lenda de água.
BERSÉ
I
Bersé nasceu no seio da tribo.
Ninguém conhece
nem seu gênero nem sua raça.
Como entender
uma paisagem sem cenário?
És Aleph de um corpo,
sua voz reflexo
de carências
de distâncias
e de medos.
Cresceu
entre tempestades de pó
e o impenetrável horizonte
de areia
marca a visão de seu olhar.
Bersé
Descansa
Teu tempo
há de chegar
desde tua solidão.
II
Tudo delata
sua dissonância:
ruptura de códigos
é sua pessoa.
Monstros de acentos
em discórdia
são suas palavras.
Seus gestos,
tradução ineficiente
de sua alma.
Bersé, és novo.
Sua língua
herdou
os signos do vazio.
Não se reconhece
no jargão de sua tribo.
III
Quarenta anos
residiu
com os desterrados.
Quarenta anos
foi feito com a história
do deserto.
Quarenta anos
escutou
evocar
não lembranças senão mortos.
IV
Bersé
deseja o retorno
como modo de desenhar
uma paisagem nos olhos,
inscrever-se entre os vivos,
habitar seu nome.
V
A tribo cede
a seu desejo;
Bersé, seja tu o mensageiro.
Deixa o deserto
e retorna à terra....
Purifica teu olhar
com a água
e pronuncia
nossas palavras
Mais além de seus olhos
a amplitude
do céu aberto.
TRÊS
SOLSTÍCIO DE INVERNO
Aleph
Quando o desejo se fará
palavra?
Bersé não sabe articular seu
desejo
porque desconhece seu corpo
não sabe pronunciar sua
nostalgia
porque desconhece a origem de
seus anelos.
Beit
para nossa distância?
Como buscava o frio em Arovot
agora busca a imagem
esculpida em seus olhos
pelos proscritos em sua
partida.
Lenda de água
e montanhas
salgadas.
Gimel
Quando a palavra do poema
estrangeira à sua língua, se
transformará
no idioma da alma?
Com o acento do deserto
Bersé se recria nos limites
incompreensíveis da lenda.
QUATRO
SOLSTÍCIO DE VERÃO
O Desejo
Bersé
na margem de uma praia
se vê na intimidade
de um espaço que se define
no inefável da paisagem.
O incompreensível
da imensidão
já não de pó, senão de água.
O olhar equivocado
é paramnésia
-
enfermidade da alma.
Se sabe despossuído
pela mesma lenda
que o alimenta.
O Anelo
Entrar na cidade
como ato de necromancia.
O retorno é sempre uma
tentativa
de dialogar com os mortos
rito que transforma
a palavra em ação
mas não há Deus
para suas crenças
nem verbo
que saiba nutrir sua língua.
A linguagem não é inocente
seus corpos assassinados
se enterram
na tradução.
Bersé
deseja habitar seu nome
e não encontra a lenda
que lhe entregue a chave
de sua representação.
Despossuído pelo mito
sabe
que a correspondência é falsa
entre idioma e imagem
entre número e sílaba
a falha.
As fronteiras
seu único lugar de pertença
são os limites
de sua própria lenda.
Bersé,
a linguagem sempre é culpável.
Em tua epifania de ira,
reclama:
“ Os que temos residido
na distância do deserto
desejamos
a distância dos oceanos”.
ITALIAN
Accento magico
(Le Nuove Muse, 2002)
Traduzione di Emilio Coco
I
Io, che
cammino
perduta
nel ricordo
che
lasciò il mio nome
desidero
la
distanza del deserto.
*
L’io
che tu parli
incarna
una
parola insanguinata.
*
Tra il
segno e la sua distanza
l’evocazione di un linguaggio
che la
mia infanzia
sussurra nel ricordo.
Cerere e Porserpina
Il
primo giorno di primavera
salì dall’Erebo.
Mise i suoi passi nell’oblìo dei sogni
e
tornò alla luce.
Già spoglia del suo genere
ritorna al verbo
della madre
gli occhi dell’attesa.
Cerere, trattienila
perché rinata dal silenzio
la
parola abitata
crei l’universo
policromo del suo corpo.
E
prima che il fiume dell’assenza,
–cammino perfido dove sempre giunge–
la
possegga,
trattienila
sulla soglia del tuo sguardo
e
canta.
Idiomi
Lontano da me in me
esisto
fuori di chi sono:
l’ombra e movimento
in cui consisto
F. Pessoa
Lontano dal mio centro desidero
il
contatto con quanto è estraneo
l’idioma di un corpo che rifiuta
l’essere straniero della mia lingua
e
mi cerca
per pronunciarsi.
Un
giorno ci incontreremo
nell’accento perfetto del silenzio.
Siringa
Come ritornare alla grammatica del vento?
Accento magico
che articola i sibili
che cingono la brezza
del tuo parlare
Siringa
protetta
dietro i secoli
i tuoi sussurri
in
chiave
fanno sì che
le
mani
tocchino
segreti
che
la
natura nasconde.
Nomade
Nelle lunghe tavole del
tempo
bevono le anfore di
Dio.
Bevono fino in fondo
gli occhi dei vedenti
e gli
occhi dei ciechi
Paul
Celan
Vengo da un popolo condannato
a errare per terre estranee.
Tre giorni camminarono
all’ombra di
Babele.
Eredito del suo tempo
una mappa e un cielo.
Della mia razza
il tratto dell’assenza mi
denuncia
e una certezza:
prima della tempesta
delle siccità
del tuo sguardo
della mia orfanezza
di quei fuochi
e prima delle ombre che li
precedettero
c’era un prima
che la memoria mi chiede
che riscatti.
Ma sono arrivata tardi:
le piogge sono
passate
i fiumi rientrano
nei loro alvei
si alzano le città
all’orizzonte
e mi proibiscono l’entrata.
Qui, alle loro porte
aspetto
la risurrezione del
ricordo
dell’io che ero
Mentre
i loro araldi esigono che
rinunci
ai miei nomi
al mio sangue
al mio
possedimento
e che camuffi la voce
e giuri
per la fede del loro idioma.
(La mia razza è ancora alla
ricerca della lingua
perduta
prima dell’infanzia.)
…perché non esisto
mi insedio in ognuna
delle crepe del ricordo
al
di là del vuoto
la sua forma:
la calligrafia del nulla
e le sue tendenze
ottiche
Intravedo allora
il margine che mi nutre
e che mi espelle
da
me
ho memorie
che la parola cancella…
Ifigenia
Dei tradimenti
uno
che la nostalgia
dissangua.
Il
sacrificio
la
salva.
Diana
e
con lei
una pausa:
il
gesto dell’anonimato
che si estingue
nello specchio concavo
che dà di sé
il
vuoto che la conferma.
Ifigenia
sulla sua soglia invisibile
lascia
che Diana
cammini sulla sua anima.
ROMANIAN
Traduceri de Paul Doru Mugur
Limbile
Departe de mine în mine
exist separat de cel
care sunt:
umbra ºi miºcarea din
care consist.
Pessoa
Departe de centrul meu tânjesc
dupã
contactul cu o strãinã
limba unui corp care refuzã
strãina din limba mea
ºi mã priveºte
pentru a se pronunþa.
Într-o zi ne vom întâlni
În accentul perfect al tãcerii.
Nomada
Pe mesele largi ale timpului
beau din ulcioarele Domnului.
Beau pânã în fundul ochilor
vãzãtorilor ºi al orbilor,
pînã în inimile umbrelor
persistente, pânã în obrajii apusului.
Paul Celan
Vin dintr-un popor condamnat
sã
vagabondeze pe pãmînturi strãine.
Trei
zile au mers
în umbra
turnului Babel
din acele vremi am moºtenit
O
hartã ºi un cer.
De
rasa cãrei aparþin
Mã
leagã trãsãturile unei absenþe
ºi o
certitudine:
înaintea furtunii,
a
potoapelor,
a
privirii tale,
a
copilãriei mele de orfanã,
a
acelor focuri
ºi
înainte de umbrele care le-au precedat
se
aflã un înainte
pe
care memoria mi-l cere, mi-l recupereazã.
Însã
am ajuns târziu
ploile au trecut
râurile s-au reîntors
la matcã
oraºele s-au ridicat la orizont
ºi intrarea îmi este interzisã.
Aici,
la porþile ei
aºtept
învierea memoriei mele
a celei care am fost
Apoi
mesagerii lui îmi cer sã renunþ
la numele mele,
la sânge,
la moºtenirea mea,
ºi
sã-mi deghizez vocea
ºi sã
jur
pe
credinþa limbii lui
(rasa
mea îºi continuã cãutarea
limbii pierdute înainte de copilãrie.)
Secretul zeilor
“Vei
întâlni secretul zeilor în limbile oamenilor”H.D.
Cheia
Nu este misterul
Ci întâlnirea
Profetului
Cu propria-i
limbã.
Vei vedea cuvintele
ºi vei
fi satisfãcut
Vei cere
ºi þi
se va da.
Memoria unui gol
...pentru cã nu exist
mã
instalez în fiecare fisurã
a
amintirilor
dincolo de gol
forma
lui:
caligrafia nimicului
ºi tendinnþele lui
optice
Întrevãd atunci
marginea care mã hrãneºte
ºi
care mã expulzeazã
din mine însãmi
am amintiri
pe care cuvintele le ºterg...
Syrinx
Cum sã te întorci la gramatica
vântului?
Accent magic
Care articuleazã fluieratul
Care înconjoarã briza
Rostirii tale
Syrinx,
comoarã ascunsã
a secolelor
Cãlãuza
degetelor
care urmãresc
printre ºoapte
cãrarea legendei
care te povesteºte.
|